Operação no Rio prende acusados de chefiar o Escritório do Crime

Por Cássio Bruno/Veja.com 30/06/2020 - 11:26 hs
Foto: Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram, na manhã desta terça-feira, 30, a Operação Tânatos, que mira denunciados por chefiar o Escritório do Crime. A ação é um desdobramento da investigação que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.

O Escritório do Crime é um grupo formado por policiais, ex-policiais e milicianos e investigado por uma série de homicídios. De acordo com o Ministério Público do Rio, os investigados tinham relação com o ex-capitão do Bope, Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em fevereiro deste ano, na Bahia, em um confronto com a polícia.

Foram expedidos quatros mandados de prisão e 20 de busca e apreensão pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Dois dos alvos, os irmãos Leandro (Tonhão) e Leonardo Gouvêa da Silva (Mad), foram presos. Segundo os investigadores, Mad assumiu o Escritório do Crime após a morte de Adriano.

Os irmãos Leonardo Gouvea da Silva, o Mad, e Leandro Gouvea da Silva, o Tonhão, jogavam bola com o miliciano Adriano da Nóbrega em Quintino, Zona Norte do Rio, durante a infância. Com a morte de Adriano, em fevereiro deste ano, Mad assumiu a liderança do Escritório do Crime. Tonhão, por sua vez, se tornou braço-direito de Mad e também motorista da quadrilha.

Mad chegou a prestar depoimento no caso do assassinato de Marielle e Anderson. Mad é citado em interceptações telefônicas da Operação Intocáveis, que teve Adriano e outros integrantes do Escritório do Crime como alvos principais. Em uma das escutas, Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, ex-presidente da Associação de Moradores do bairro, diz ao vereador Marcelo Siciliano que Mad foi contratado por Domingos Brazão, ex-deputado e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), para matar a parlamentar. Brazão sempre negou a autoria dos homicídios.